Aqui está item mais raro e de maior valor de minha coleção, o Atari Jaguar 64-bit, console que marcou a volta da Atari ao mercado de consoles nos anos 90 e o fim da empresa pioneira de forma melancólica. Hoje o Jaguar é um item disputado por colecionadores e sua escassa biblioteca de jogos torna especial a busca pelo obscuro console da Atari.
1 HISTÓRIA DO MEU CONSOLE
Foi adquirido no mercado livre, em novembro de 2007. Ele foi anunciado como novo, nunca usado e realmente nunca havia sido usado. O aparelho estava completo, como saído da loja. Comprei por uma bagatela de duzentos reais, valor que hoje é irrisório, consoles neste estado são vendidos a mais de 3 mil reais (ATUALIZAÇÃO DEZEMBRO DE 2018).
2 O QUE ACOMPANHA O JAGUAR
A caixa do Atari Jaguar é muito bonita, mas curiosamente aparece a foto de um jogo nunca lançado: Tiny Toons, que não passou da versão beta. Tiny Toons pode ser visto na caixa do Jaguar, é a foto de baixo da esquerda, entre as 10 que aparecem no verso da caixa.
Itens contidos na caixa do Jaguar:
- Aparelho Atari Jaguar 110v (americano)
- Controle
- Caixa externa
- "Papelão" que acomoda os componentes
- Fonte 110v
- Cabo RF (isto foi realmente uma pena, pois o cabo RF fornece baixa qualidade, a Atari poderia ter vendido o console com cabo Vídeo Composto A/V, em meados de 1993 a conexão Vídeo Composto já era comum)
- Manual
- Poster
- Cartucho Cybermorph
- Manual Cartucho Cybermorph
- Propaganda Atari Linx
Comercialmente falando o Jaguar foi um fracasso. Foram diversos erros e falta de visão de mercado da Atari. O Jaguar foi desenvolvido juntamente com outro projeto de codinome "Panther", que seria um console de 32 bits da atari, que nunca foi desenvolvido completamente. O projeto Jaguar foi escolhido após os engenheiros da Atari perceberem que outros fabricantes como Sega e Sony já planejavam consoles de 32 bits muito mais poderosos, então a Atari focou-se no seu projeto de 64 bits.
3 64 BITS OU 32 BITS
Há uma certa controvérsia em relação ao Marketing do Jaguar como primeiro console de 64 bits. O processador central do Jaguar é um Motorola 68000, muito usado antigamente em computadores, video games e componentes eletrônicos, que processa instruções de 32 bits. Porém o controle de sinais do gráfico dos co-processadores (acelerador gráfico) é de 64 bits. Segundo a Atari apenas isto já caracteriza um sistema de 64 bits. Até hoje a questão é discutida, e apesar da Atari aclamar o Jaguar como primeiro console de 64 bits o sistema mostrou-se inferior em termos de hardware aos outros sistemas de 32 bits lançados posteriormente como Sony Playstation e Sega Saturn.
4 FRACASSO
Há diversos fatores que contribuíram para o fracasso do Jaguar. O fato é que o console recebeu poucos jogos, a Atari teve apoio de poucas softhouses, em sua vida o Jaguar teve em torno de 117 jogos oficiais, e poucos títulos de nome ou conhecidos do público.
O joystick do Jaguar também não agradou ao público. É grande e desajeitado, com apenas 3 botões de fácil acesso e outros 12 botões localizados na parte inferior do controle. Estes 12 botões são os dez dígitos de discagem de telefone de 0 a 9 mais "*" e "#". Algo realmente incomum em um controle de video-game...
Além de poucos, os jogos do Jaguar mostraram-se repetitivos, os melhores hits mostraram-se shooter em primeira pessoa (FPS): Doom, Wolfenstein e o melhor jogo do Jaguar: Alien vs Predator.
Voltando para a Caixa
5 CONCLUSÃO
O Jaguar é um console que se tornou raro em pouco tempo. As baixas vendas, o pouco tempo de produção (menos de dois anos), a escassa biblioteca de jogos tornaram o Jaguar uma das plataformas mais caras a se colecionar. Ele é interessante principalmente para quem não conhece, porém o custo x benefício é pequeno.Se você pensa em comprar para aproveitar os jogos é recomendável fazer uma pesquisa se há jogos que lhe agradam, pois o Jaguar além de ter poucos jogos peca pela falta de estilos. Há apenas um RPG clamado Towers II, não há beat 'n' ups, e os jogos de esporte são muito limitados.
O Jaguar recebeu bons FPS sendo Alien vs Predator o destaque, assim como Doom e Wolfenstein que tiveram conversões muito boas feitas pela própria Id Software.
